quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Delicadeza

Perto dela, ele era diferente. Ela não entendia.
Por quê?
Você é um cristalzinho que qualquer coisa pode quebrar. Eu tento te proteger!

Amor platônico

Ela usa um vestidinho de verão e ajeita os cabelos, ensaiando um sorriso. Então, junta as mãos, entrelaçando os dedos para disfarçar a tremedeira.
Sim, salta aos olhos!
Mas, ele é míope.

Ainda não existe

O tempo trará a resposta,
que transformará o comum em poesia.
A ansiedade vê o tempo se arrastando,
e a espera necessita de anestesia.
Nossa música não foi descoberta,
nem reconhecida...quem dera fosse vivida!
Nossa história é deserta, porque ainda não tem vida.
A paciência, virtude dos sábios,
às vezes, me nega visitas.
E o desespero não permite que meu coração seja hábil
para esquecer você e encontrar uma saída.
Por que não chega o esperado momento
de saber se participo dos seus pensamentos?
Por que não chega a primavera, abertura das rosas,
as primeiras linhas de uma bela história?
Os versos da melodia, alegria à vida...
Nós, oásis no deserto, história concebida!

Viver sem armadura?

Chocolates suíços acompanhados por relógios incrivelmente imprecisos!
Incessantes tic-tacs associados a fino cacau
entusiasmam um coração armado contra o mundo.
De repente, a armadura cai.
A vida, como uma sinfonia, encanta e se faz sentida.
A frase aparentemente incompreensível se impõe:
"o mundo é do tamanho dos seus olhos."
Então, o longe se torna próximo e o infinito, um longe alcançável.
Contudo, um coração desarmado não é um coração alado.
Assim como o chocolate, doce para o paladar, acaba,
também o sonho, doce para a vida, se finda.
E o despertador com alarme escandaloso chama para a realidade,
como o sol ao queimar as asas de Ícaro,
derrubando ao chão um frágil coração:
"sonhar é voar alto. Asas são necessárias para voar."
Encarando a realidade, a armadura é recolocada.
Ela evitará feridas até que se crie um aeroplano para corações.

Procura

Pró: a favor, ao encontro de
Cura: sarar, curar feridas, melhorar.
O Médico é procura.
O paciente é procura.
Pacientemente procura a cura para as feridas do dia a dia.
Nós somos procura.
Somos procuradores da cura de coisas instáveis.
Procuradores da cura procuram pelo equilíbrio:
Tendência do universo!

Bem-te-vi

Por um bem-te-vi,
enviei lhe um recado
em forma de uma rosa de verão.
Mas, alguma coisa aconteceu
ao longo do caminho:
o bem-te-vi morreu.
Meu bem querer não
chegou ao teu coração.

Talvez

Separar mente e coração: ingenuidade!
Forças inseparáveis amarradas à esperança.
Esperança? Essa surgiu de um talvez.
Palavra agonizante: não é não, nem sim.
É indefinição!
Mas, no talvez, há a esperança do sim.
Busca pela paciência para suportar a lentidão do tempo.
Porque o tempo dá a resposta definitiva à dúvida deixada pelo talvez!